18 de out. de 2013

Amorim Chéri: Um quase filme de Woody Allen


Crédito da imagem: Blog Marcelo Katsuki


Descendo a Augusta sentido Jardins, o dia ensolarado, sapatilhas marcando passos rápidos e contidos, um vestido ao sabor do vento, cabelo em coque desajeitado. Abro a porta e ele diz "Corta!". 
Esta sou eu, num filme inventado de Woody Allen, tomando café com o mesmo em um daqueles mergulhos psicológicos esquisitos em Paris.

O cenário é um bistrô de São Paulo, na minha humilde opinião, o mais agradável e com gosto francês. Estive por duas vezes neste enredo, naquelas mesas aconchegantes com ar vintage nostálgico. Da primeira, provei a cocote de ovos ao forno, uma novidade que me foi muito feliz. Ovos macios, de uma forma que não estamos acostumados a comer aqui, mas que se encaixariam perfeitamente ao meu cotidiano. Fruto das panelas do chef Valter Roza, o qual domina muito bem o idioma francês em outros pratos. 

Além da iguaria, o que mais me encanta no lugar: A vitrine de doces. Uma paisagem, a divagação, a catarse. Naquele momento, meu Eu-personagem afoga todas as suas angústias na majestade de cores, de sabores e lembranças. Da tradicional pâtisserie, Flávia Amorim bebeu da fonte. Formada pela Cordon Bleu de Paris, ela escreve uma história de aconchego em seus doces. E isto pra mim é poesia.

Respiro, escolho o prato de frutas vermelhas. E os deuses da sétima arte me agraciam com filosofia de gosto: Madeleines, Proust, a vida, ser ou não? Foi! Tornou-se a minha sobremesa favorita em São Paulo. Atendimento perfeito, sempre sorridente, daqueles em que os garçons podem nos ouvir por horas ou tomam café tirando segredos das musas de Woody Allen.

Quer viajar no chocolate ou na imaginação fértil de um sabor cinematográfico? Te dedico!

Amorim Chéri
Rua Augusta, 2321 - Cerqueira César - São Paulo SP
Telefone: (11) 3061 3283
$$ Dilmas

De segunda a sábado: 10h - 20h/ 
Domingo: fechado
 

17 de out. de 2013

A(s) história(s) de um muro

Mais um verão e mais um Voyage à Nantes. A segunda edição não decepcionou e mostrou que essse festival veio para ficar.

Um dos projetos que eu mais gostei foi o Histoire d'un mur. No meio da cidade, num lugar de passagem e sem muita graça, colocaram um muro. Um muro liso, sem nada, com quatro metros de altura e dez de largura.